sexta-feira, 20 de abril de 2012

Dois anos.

   Há dois anos eu te escrevi as primeiras palavras. Me apaixonei em segredo até não conseguir mais guardar aquela coisa bonita dentro de mim. Você me conquistou sem querer e te ganhei por tabela. O amor mais improvável, mas o mais bonito que eu já vi. E forte. Porque foi preciso força pra gente conseguir chegar até aqui de mãos dadas.
   Você tem um jeito tão gostoso de me fazer sorrir. Um jeito tão bonito de me ajudar a me encontrar e, sendo minha, conseguir ser sua também.
   Não sei se esse é o nosso último dia 21, ou se é só o segundo de mais setenta que virão. O que me faz feliz é que estamos juntos hoje. E isso basta pra o futuro existir. No mais, querido...

É, só tinha de ser com você...

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

De uma vida com você

   Acordar e ver seu rosto é meu prêmio. Passar os dias do teu lado, poder te beijar sempre que der vontade, te abraçar tantas outras... aproveitar teu cheiro, tua risada mais bonita, fazer o cafuné mais gostoso. Até te ouvir roncar é bom, porque eu sei que você está bem pertinho de mim.
   Ficar perto de você me faz perceber o quanto a vida é linda e que Deus é muito bom comigo. Você me acalma, me arranca os sorrisos mais sinceros, cuida de mim, me quer bem. E só quem sente tudo isso sabe o quanto é bom.
   Ontem à noite eu te perguntei quando poderíamos dormir juntos todas as noites. Não me lembro direito da sua resposta, mas acho que foi "quando for o melhor pra nós". E hoje eu acordei porque você tava vindo deitar do meu lado. E sabe o que isso me fez perceber? Não são as noites que importam, e sim as manhãs. As famosas manhãs seguintes. E eu quero que todas, quando for a melhor hora pra nós dois, sejam como as da última semana: lindas. E que esse desejo de continuar abraçado dure pra sempre.


Eu te amo.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Unforgettable II

Para sempre. 

Unforgettable

Você olha para o papel e não consegue escrever nada. É uma sexta-feira à noite, chove forte, e você só consegue pensar no quanto a sua vida é uma droga. Nas coisas erradas que você faz todo o tempo. Nas pessoas amadas que você fere all the fucking day.  E então você pensa em virar as costas pra tudo; não porque está errada, ou por estar certa, mas só porque não quer continuar atingindo ninguém com sua montanha-russa. Seu misto de emoções e sentimentos. Sua fala quase parada. Seu olhar vago. Sua insegurança. Tudo te atinge como um balde de água fria... e você corre pra se meter dentro da chuva.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Tempo

O tempo havia passado. Ela acordou naquela manhã especialmente calma e pensou por um longo tempo. As coisas haviam mudado com o tempo. Um "Bom dia" era cada vez mais raro, tanto quanto aquelas ligações só pra ouvir a voz do outro, o único tempo de paz era apenas aquele em que estavam juntos. Ficou tão confusa com seus pensamentos que decidiu voltar a dormir. Dor, saudade, angústia, lágrimas quentes... E pegou no sono outra vez.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Lovesong

   Era uma manhã de sexta. E seria uma manhã de sexta como todas as outras do ano se não fosse por um detalhe: Ele. Abriu os olhos, se olhou no espelho e viu as roupas espalhadas no chão. Seu cabelo estava desarrumado e um sorriso abriu por debaixo de algumas mechas espalhadas.
   Ela parou alguns segundos e ficou olhando aquele rosto tão conhecido. Cada centímetro dele era familiar. Ela conhecia cada poro, cada curva que os lábios e cílios faziam. O beijou esperando que acordasse - o que, obviamente, ele não fez. Fez mais algumas tentativas e desistiu. Se aninhou naqueles braços e fechou os olhos.
   A vida nunca havia sido tão doce de levar. Cada detalhe era observado, cada dia do futuro era esperado com um suspiro. O amor, que antes era pesado, agora era motivo pra um cheiro no pescoço adormecido e brilho nos olhos.
   Sua vontade era que aquele momento não acabasse. Queria permanecer ali, acariciando aquele rosto, dando beijos suaves e sentindo a paz passear no espaço fino entre os dois corpos. Aquele ritual aconteceria pelos próximos setenta anos da sua vida.


Sussurrou: Eu amo você.
O amor tinha acabado de voltar.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Dez.


   Era dia dez. O dez já é um número particularmente bonito. Bem redondo. A menina estava nervosa, ansiosa, feliz. Naquele dia encontraria o seu rapaz. Olhou-se no espelho por bastante tempo e então saiu de casa. Sua aula de inglês nunca pareceu tão longa (She’s at home. Come on, repeat..). Os ponteiros não andavam. Ouviu tic-tac e logo olhou o relógio. Sorriu, envergonhada. Era apenas o seu coração, pulando.
   Os ponteiros resolveram ajudá-la e voltaram a andar. Sua aula acabou e ela foi imediatamente ao lugar marcado. Mal conseguia lembrar das lições que havia acabado de fazer. Caminhava pelas ruas com uma leveza invejável. Tenho certeza que quem passava por ela se envergonhava de estar triste, porque aqueles olhos felizes constrangiam.
   Então ela pegou o ônibus. Sua barriga esfriou, suas mãos suaram. Boba, citava Antoine de Saint-Exupéry: “Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz.” E aquele era, de fato, o horário marcado. O destino e suas coincidências poéticas, pensou.
   Quatro da tarde. Seu rapaz – que sequer era seu, mas gostava de chamá-lo assim – havia chegado. Estranhamente, seu coração se comportou. Suas mãos não suavam mais, seu riso era tímido, mas puro. Ele a fazia tremer por dentro. Ela se derretia a cada olhar.
   Decidiram caminhar um pouco. Ela não conseguia se concentrar na conversa. Tudo por dentro era um misto de ansiedade e leveza. Uma cama elástica para as emoções e, logo acima, um aparador que a jogava de volta pra terra. Até hoje ela não sabe dizer como, mas aconteceu. No meio da conversa, ele a pegou pela cintura e a beijou. Seu coração finalmente se acalmou. Era a felicidade.
   Ela foi para casa disputando com uma pena, pra saber quem era mais leve. Podia sentir o cheiro do seu rapaz na sua blusa, lembrar dos seus lábios macios. Não sabia se eles se veriam outra vez, mas aquele beijo era seu. Estava guardado. E nunca sairia de dentro dela.