quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Ainda bem que você vive comigo...

Eles lembravam de quando eram jovens e saltitavam numa calçada com grandes amendoeiras. Eram felizes. Não que não fossem mais. Só estavam cansados demais pra voltarem a saltitar nas ruas.

Ele dizia sempre que nunca se cansaria. Ela nunca pulou tão alto e sorriu tanto ao mesmo tempo até aquele dia. E hoje, os dois lembravam disso separados. Cada um no seu canto (do sofá).

Um movimento, e a agulhinha de crochê caiu. Ele pensou em levantar pra pegar. Ela pensou em levantar pra pegar. Olharam as mãos enrugadas se apoiando pra se levantar, num movimento hoje bem mais difícil e ficaram ali, admirando um a história do outro que estava escrita entre aquelas pequenas rugas. Fitaram-se um instante e riram-se, tendo a mais absoluta certeza de que deveriam sair dali.

Eles andavam por uma calçada com grandes amendoeiras, lembrando de quando eram jovens e pensavam se passariam juntos esse tempo bom novamente.

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