Tenho em mim toda a vontade do mundo de te namorar. Acordar do teu lado e tirar teus braços da minha cintura bem devagar, pra você não acordar. Tenho em mim a vontade de passear contigo nas ruas, sentar no banco da praça, comer maçã-do-amor e andar de roda-gigante, vendo teu rosto assustado.
Tenho em mim a vontade de rir das tuas caretas, brigar com teus filmes chatos, recusar tuas andanças de bicicleta só para andar do teu lado, sorrindo. Tenho em mim a vontade de guardar numa caixinha todos os teus mimos e cuidá-la como a um tesouro. Tenho em mim a vontade de olhar a lua e te imaginar do meu lado.
Tenho em mim a vontade de dançar contigo a noite inteira, conhecer tuas manias, teus gostos e rir das tuas piadas. Tenho em mim a vontade de passar um domingo inteirinho deitada, do teu lado – e você sabe bem o que significa.
Tenho em mim a vontade de sentir teu cheiro nas minhas roupas, usar o perfume que você gosta e ter o guardarroupa lotado de vestidos floridos, só pra você rir do meu jardim. Tenho em mim a vontade de gostar de quadrinhos e passar a madrugada num show de rock.
Tenho em mim a vontade de gostar do menino que você conserva aí dentro. Tenho em mim a vontade de guardar todas as horas que vivi contigo. Tenho em mim a vontade de olhar o espelho e te ver preguiçoso, dormindo.
Tenho em mim a vontade de te procurar ansiosamente na sala de desembarque do Galeão e te encontrar ali, sorrindo, porque eu voltei. Tenho em mim a vontade de ter uma música para cada beijo teu, incontáveis corações pela casa – um para cada mês.
Tenho em mim a vontade de morar no teu bairro, na tua rua, na tua casa. Tenho em mim a vontade de fazer nossa a tua cama, fazer meu o teu peito. Tenho em mim a vontade – a doce vontade, a louca vontade – de ser tua. E só tua.
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