terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Lovesong

   Era uma manhã de sexta. E seria uma manhã de sexta como todas as outras do ano se não fosse por um detalhe: Ele. Abriu os olhos, se olhou no espelho e viu as roupas espalhadas no chão. Seu cabelo estava desarrumado e um sorriso abriu por debaixo de algumas mechas espalhadas.
   Ela parou alguns segundos e ficou olhando aquele rosto tão conhecido. Cada centímetro dele era familiar. Ela conhecia cada poro, cada curva que os lábios e cílios faziam. O beijou esperando que acordasse - o que, obviamente, ele não fez. Fez mais algumas tentativas e desistiu. Se aninhou naqueles braços e fechou os olhos.
   A vida nunca havia sido tão doce de levar. Cada detalhe era observado, cada dia do futuro era esperado com um suspiro. O amor, que antes era pesado, agora era motivo pra um cheiro no pescoço adormecido e brilho nos olhos.
   Sua vontade era que aquele momento não acabasse. Queria permanecer ali, acariciando aquele rosto, dando beijos suaves e sentindo a paz passear no espaço fino entre os dois corpos. Aquele ritual aconteceria pelos próximos setenta anos da sua vida.


Sussurrou: Eu amo você.
O amor tinha acabado de voltar.

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