quarta-feira, 28 de julho de 2010

Falando em corações animados...

#pausa. Ato 1.

... e então ele cansou-se de apenas idealizá-la. Tomou coragem e decidiu-se: queria tê-la para si. Pensou maneiras e estratégias para isso. Não podia simplesmente falar-lhe; ela não o ouviria. Precisava agir e depressa ou poderia simplesmente esquecê-la. Tinha pouco tempo. Mas imaginou ser tempo o suficiente para que não lhes sumissem a lembrança. Armou-se. Tinha de ser definitivo; e foi.
Pegou primeiro o lápis, apontou-o cuidadosamente. Depois a borracha e o papel. O papel. Não poderia ser qualquer papel. Tinha de ser especial. Tinha de emocioná-la com o primeiro toque.
Ele ouvia sua doce voz: "Eu te esperarei o tempo que for preciso. Tenho a eternidade aqui." E de fato tinha. Ele também sabia disso. Mas e quanto a ele? Não tinha mais tempo.
Abriu um livro. Não sabia muito bem o que dizia, mas se impressionou com a seguinte frase: "I give up forever to touch you". Inspirou-se nela e iniciou.
Seus traços ligeiramente débeis eram, também, astutos e espertos. Iniciou inspirado por aquela frase. Segurou o lápis com força, provavelmente na tentativa de segurar a lágrima que teimava em querer rolar diante do que vira. Então a gota que manchou o papel mostrou a mais bela imagem que ele já tinha visto. Aquela gota foi o seu primeiro toque em sua musa.
Agora ele já tinha tudo. O amor que tanto sonhava estava concretizada ali naquela bela folha de papel. Seu tempo tinha enfim acabado.

#fimdapausa

Ato 2 (?)

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Before you, after you, today.

Talvez fosse o jeito como você me olhava que me deixava assim, tão perdido em ti. Teu cheiro de carinho, o jeito lento de se mover. Você sempre foi diferente de todas as outras, o sorriso tímido, os olhos brilhantes sob as lentes, os cachos escassos. E eu senti necessidade de ti. Dormi pensando como seria te ter ao lado da minha vida, com tua voz baixa e teu perfume doce. Eu não precisaria fingir estar vivendo certo, ou rodar pela cidade procurando em outros olhos aquela leveza que eu nunca soube definir - acho que sempre soube ser teu. Os meus dias teriam mais cor, e eu não beberia tanto - não que bebesse. E acordaria contigo ao meu lado, cuidando pra que você não acordasse; linda, imóvel, pura, doce. Então você decidiu que me queria. Talvez estivesse louca, ou quisesse, mesmo, e não me importa agora. Você só me sorriu e disse que queria me ver. Fiquei tão bem por aqueles dias, já te disse? Você tem um poder sobre mim, uma mágica que eu nunca consegui explicar direito. E você se tornou o meu pensamento longo por todos aqueles dias que se seguiram, a imagem mais suave que eu já tive sob os meus braços. E eu quis muito te ver de novo. Ter motivos pra te ver e te beijar todos os dias. Você me deu teu sorriso calmo e disse que me queria também. Ah, e eu fiquei mais feliz por aqueles dias. Eu tinha você comigo. E te tenho hoje, e você deita no meu colo e sempre dorme, sonhando comigo. E eu também sonho contigo: acordado.

domingo, 11 de julho de 2010

Eu provoco

Pelos arrepiados
Gotas de suor
Desejos que ofegam
Confusões e profusões de cheiros
Mistura de sabores
Tremores
Risos descabidos
Rubor e calor.


E ainda bem que não me proibiram de você.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Third

Não tem coisa mais deliciosa que deitar no teu ombro e ver a vida passar. Sentir teu cheiro, te beijar, te abraçar. Fazer de tudo um motivo pra pensar em você. Te fazer meu pensamento de todos os dias, de todas as horas. São três meses de felicidade, de mil razões que me invadem. E eu poderia passar o tempo inteiro aqui, só te elogiando, contando pra todo mundo desse bem que você me faz.

Amor, obrigada por me fazer tão feliz. Por ser meu e me fazer tua. Por ser aquele que está sempre comigo. Por me beijar desse jeito tão doce. Por ser o namorado mais carinhoso do mundo. Por me inspirar. Por me ouvir. Por ser assim tão lindo.

Eu te amo.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

"Pra declarar minha saudade"

Eu peguei no telefone, mas aí lembrei que não tinha mais o teu número. Sentei na beirada da varanda, aquela que nos guardou por tantos dias, conversando bobagens depois da aula. Ali, você sempre foi o meu motivo-maior-de-todos-os-dias. Fiquei lembrando de nós dois e sorri, vez ou outra chorei. Nós dois (três?) deitados no meu sofá, assistindo (fingindo?) qualquer coisa na televisão. Ah, você era tão bonito naqueles tempos espreguiçados de high school! A minha pontinha de felicidade diária. Minha primeira balada (piadas à parte). Minhas manhãs, tardes e noites mais tranquilas, jogada em qualquer lugar. Com você. E hoje nós somos tão desconhecidos quanto poderíamos. Outros abraços, outras alegrias, outra vida.

Aonde você está agora? Cuidado lá fora. Tá chovendo.

terça-feira, 6 de julho de 2010

A lavadeira do rio

Te dizer que você tava linda naquele vestido, o cabelo enrolado num lenço muito limpo. Fiquei a te observar por minutos inteiros, sentindo teu cheiro de longe, e te achando muito parecida com as lavadeiras daquele rio perto da tua casa. Você tinha a mesma garra que elas. Os braços fortes, o sorriso cansado, mas calmo, os passos lentos e firmes. Ah, amor, você sorria tão docemente, pedindo que eu te olhasse nos olhos. Mas você nunca entendeu que eu não consigo fitar a beleza dos teus olhos tão de perto. É que não consigo encarar a realidade que somos nós de mãos dadas sem tremer por dentro. Não posso ser tão doce quanto você, quando me abraça e diz que eu sou a melhor coisa que te aconteceu. E a única coisa que eu consigo te dizer, em toda a minha fraqueza e sinceridade, é que te amo. E você também foi a melhor coisa que me aconteceu.

domingo, 4 de julho de 2010

Castelos de Areia

Poxa vida, eu vou te dizer. Eu tava com uma poesia pra te entregar, e tomei cuidado até com a escolha do título. Você sempre encontrava alguma coisa pra reclamar. Mas o título. O poeminha de amor sofrido se chamava Castelos de Areia, e o cara morria no final, antes de encontrar a mulher que amava. E depois eu fiquei pensando, com o papel amassado nas mãos, que aquilo tudo era verdade. Eu só morri ao te encontrar (com outro, vale sempre lembrar). E desde então eu venho carregando essa vida sem viver certo. Durmo depois de ficar de porre, acordo tarde e ouço a mesma música* até encher a porra do saco. Tudo isso pra lembrar de todo o amor que eu guardei só pra você. De quantas vezes te desejei, sonhei te ter ao meu lado, no meu quarto, na minha cama. Mas quer saber? Não vou te mostrar poesia nenhuma. Nada mais vai trazer você pra mim.

Ah, coração leviano! Não sabe o que fez do meu.

sábado, 3 de julho de 2010

Poeminha barato

Eu quero que me acordes com um sorriso. Com aquele teu brilho nos lábios, com aquela tua calma. Quero que apareças em meu colo como quem não quer nada, pois não há mais tempo para tristezas: o mundo girou para nós. Não vim para roubar-te nada. Não vim para amar-te demais. Peço-te, apenas, que venhas como a chuva à minha vida de solidão; inundando-me, renovando-me. E o mundo nunca mais será o mesmo.